
A necessidade deste livro está contida na seguinte consideração: o discurso amoroso é hoje em dia de extrema solidão. Este discurso é talvez falado por milhares de pessoas (quem o sabe?), mas não é defendido por ninguém. Está completamente banido das linguagens circundantes: ignorado, desacreditado, ou ridicularizado por elas, cortado não somente do poder, mas também dos seus mecanismos.
Dois poderosos mitos fizeram-nos acreditar que o amor podia, devia sublimar-se em criação estética: o mito socrático (amar serve para criar uma multidão de belos e magníficos discursos) e o mito romântico (produzirei uma obra imoral escrevendo a minha paixão. Roland Barthes- fragmentos de um discurso amoroso
"anulação: Sopro de linguagem durante o qual o sujeito acaba por anular o objeto amado sob o volume do próprio amor: por uma perversão especificamente apaixonada é o amor que o sujeito ama, não o objeto"
e caio fernando: 'chegue bem perto de mim. Me olhe , me toque, me diga qualquer coisa.
ResponderExcluirou não diga nada, mas chegue mais perto. Não seja idiota, não deixe isso se perder, virar poeira, virar nada.'