
Há uma saudade pulsante no peito que transita entre os confetes coloridos. É como lançar a serpentina: uma parte busca o horizonte, alcança o além, outra parte fica. Para lembrar mos da partida. Mas sentir saudades trás o antigo presente de novo e o novo foge correndo de ti, afinal estás acompanhado. Numa voz rouca e grave, que vem se ajeitando à todos os cantos da festa, os pés passeiam pelas frestas da nova alegria. Há suor e cheiros, e a surpresa; lembraremos sempre daquelas palavras:é viva, é pulsante, e está aqui pra me lembrar disso!
Correria milhas passadas, ou voaria entre nuvens etéreas, num céu cor de anil para compartilhar minhas novas descobertas, e descubro que está aí o grande tesouro: é no "sem compromisso" cantado em noite quente, perto da rua que dá no mar, com gente feita da mesma matéria que eu, qe abro de novo a janelinha pra gritar em alto e bom som que está aí a grande diferença em estar junto à um corpo-carne-sonhos : desejo compartilhar. É só. Não há ciume, nem medo, ou possessividade que resista ao que realmente reequilibra esses que estão na sala de jantar...é o principio do meu desejo: quero compartilhar-me e compartilhar-te.
Comigo agora sons, confetes grudados no meu vestido lilás suado de dança, corpo pulsante, cabelo roçando meus ombros, um travesseiro branco, e uma clareira aberta no centro da testa. Só. Mas escrevo pra poder compartilhar esse momento único dessas impressões com você