
De um tempo pra cá não ando tendo paciência com a imaturidade dos outros e muito menos com a minha. Coisas que faziam parte do meu linguajar, não fazem mais; pessoas que me eram prioridade não desejo mais ao meu lado; a rotina de loucuras não me faz mais sentido; a falta de comprometimento com o mundo, com seu trabalho e com o outro me irritam profundamente. De repente, as pessoas não lerem jornal me angustia, a falta de cuidado e atenção com o outro me agridem: bons tempos de realidade esses! Transitei num mundo paralelo de muitos "uhus!!!!", de ser cumplice com o desamor e o egoismo, de ser espectadora passiva (mas sensível) da falta de comprometimento com o outro e comigo mesma. Em temos de realidade consigo mandar um "tomar no cu", expulso o que não me faz bem, dou amor a quem merece o meu amor. Ainda sofro de ingenuidade-conveniente....é a velha mania de cair no antigo mundo do passoporcimademeussentimentosland....mas as coisas caminham. Na última semana no entando me transmutei numa pessimista de mão cheia devido aos ultimos acontecimentos que atingiram a mim e minha familia. Chorei compulsivamente ao telefone sem achar saída. O que me trás ainda mais a angustia de perceber que tem gente ao meu lado que não enxerga mais nada do que a si mesmo. Que tal mudar de país??? Pensamento obvio de quem foi subtraída, agredida. E onde tá todo mundo nessa hora? Talvez fumando maconha por aí, indo pra balada.....uhu! Ou escrevendo, como eu, tantas sensações e angustias no seu blog-vaidoso....E não que eu não goste de balada, nem de exor minhas sensações no meu blog....estou aqui, enfim, tenho um blog (eu que sempre achei isso uma bobagem sem fim!). Mas o mundo de hoje se limita a seu mp3 ou 4 ligado na orelha, suas olheiras de não dormir, seu riso falso cheio de ópio, suas pseudoangustias intimas-pessoais-intransfiriveis ( e superficiais, porque se se vai a fundo nelas aí sim tudo é transformador). Tento agora retomar meu otimismo, sem deixar a realidade passar: tento ainda procurar de novo o frescor do acreditar no meu trabalho como forma transformadora (porque pra mim, só assim trabalhar faz sentido), lembrar das historia das minhas crianças de paraisópolis, do canto num espaço de opressão, lembrar com carinho de que eu pensei nas pessoas certas na hora que precisei de acolhimento, lembrar o quanto me diverti cantando e dançando na terça passada, lembrar que tenho que ir ao poupatempo amanhã, lembrar que eu amo muito minha mãe, meu pai, meu irmão e a lua, lembrar que eu devo formar atores responsáveis e realmente abertos ao outro, e ao que o outro tem pra dar (e que só assim se dá a relação cênica transformadora do espetáculo, da platéia e do ser humano), lembrar que o ser humano é meu material de trabalho e que isso eu sempre soube fazer muito bem: sempre tive coragem de transformar o mundo e a mim mesma. Basta agora esperar e torcer pra tudo voltar a ser de novo sol e chuva. Amem.
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