Hoje fui ver o fime de lars von trier, o anticristo. Um fim de tarde chuvoso e caotico em sp, fui em boa companhia ao cinema. Saí passada e atormentada.Na lista de filmes de Von Trier "Dogville", "Dançando no escuro" e o radical "Os idiotas" - com o qual o dinamarquês ajudou a lançar o manifesto de cinema que ficou conhecido como Dogma 95.
O prólogo: cena de sexo explícito rodada em preto e branco ao som de uma ária de Händel. A cena é maravilhosa e transita entre a beleza, o erotismo e a tragédia. Nessa hora já pensei: Lars desgraçado! Que cena é essa??? Maravilhosa!!! Como pode??? Depois de meia hora, vc fica se perguntando, quem será o anticristo....me envolvi na tentativa psicoanalitica do protagonista ajudar sua mulher enfrentar uma grande perda na segunda parte "Grief". O filme passa por um momento monocórdio e vc como espectador jura que o filme vai seguir essa linha até o fim "Pain"...... Mas lars surpreende com a frase "o caos reina" vindo da boca de um bicho. Aí fui arrebatada pelas mais diversas angustias e desconfortos...A Natureza é uma força devastadora, assim como uma mãe que sofre com a morte de seu filho. Como diz o trecho da ópera Rigoleto, de Handel, na abertura e encerramento do filme, a personagem feminina pede "deixe-me chorar pelo meu destino cruel (...), que a dor possa romper os laços da minha angústia".
Logo que o filme terminou, não sabia dizer se tinha gostado ou não. Durante o filme, passei por diversas sensações. E vi no cinema as mais diversas reações: gente indignada, gente emocionada...
Mas o que realmente me deixou passada, foi como essas sensações ainda me povoam, me perturbam. E eu sempre vou acreditar no provocar. Provocar!!